quinta-feira, 12 de abril de 2012

Relacionamentos (Arnaldo Jabor)

Este é um Ctrl+C ; Ctrl+V do Arnaldo Jabor! Afinal, quem disse que ser adulto é fácil?


Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela conversa:
- 'Ah,terminei o namoro...
- 'Nossa,quanto tempo?'
... - 'Cinco anos... Mas não deu certo...acabou'
- É não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.
E o bom da vida é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico; que é uma delícia.
E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate... se joga... se não bate...mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria compania?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração. Faz parte.
Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim...quem disse que ser adulto é fácil?

terça-feira, 27 de março de 2012

Eu não consigo ser sério o tempo inteiro

Estamos em uma época que ser intelectual é ser descolado... Uma época que nerds não sofrem mais bullying e muito menos apanham dos bonitões do time de futebol americano da high school (e, por favor, isso é ótimo)! Tempos em que armações de óculos avantajadas e calças com a barra curta formam looks de vanguarda....

Cada vez mais as pessoas querem falar de coisas sérias.... Isso é muito legal, mas precisa ser sempre? Precisa ser na sexta à noite durante o 3º chopp?

Eu preciso mesmo ser tão intelectual o tempo inteiro? Eu tenho que ser intelectual ou me mostrar intelectual? Por que é tão ruim assim para minha reputação assistir big brother e ver novela? Eu tenho mesmo que ir ler um livro? Eu não posso ir ler depois que o Pedro Bial dizer para a gente dar só mais uma espiadinha e mesmo assim ser um cara com uma opinião bem consolidada sobre muitos assuntos? Eu sou menos reflexivo por conta disso? Por favor, as vezes cansa ser sério o tempo inteiro.... Eu quero falar de futilidades e rir de maneira despreocupada de vez em quando.. Afinal, uma vez que outra se sentir levemente alienado faz bem! Por que a minha cabeça tem que pensar só coisas densas? Deixa eu ser leve...

A vida já é tão difícil, qual o problema de uma dose de leviandade de vez em quando? Eu posso sim me divertir vendo vídeos de pegadinhas no youtube, por mais infantil que isso se pareça. Afinal, qual o problema de rirmos como crianças? O tempo passa e o processo de “enseriamento” vai tomando conta do nosso corpo, até que, em um estágio mais avançado de “adulteza”, só achamos zorra total engraçado, e daí meus amigos, já é tarde demais.... se você fica sábado à noite em casa vendo zorra total, você tá perdido!

Vai ver é por isso que ser adulto é tão difícil.... É muita responsabilidade. A gente tem que dar o exemplo em tudo, sempre! Não podemos nos permitir a infantilidade! Muitas vezes não podemos agir nem como nós mesmos! Por que você tem que fingir para teu filho que rabanete é a melhor coisa do mundo, se tu também concorda que batata-frita é muito mais gostoso? Por que eu tenho que dar discursos socialistas inflamados sendo que é o meu pai que paga as minhas contas? Por que eu não posso comer Mc Donald´s quando eu viajo para o exterior? Ok, concordo que devemos experimentar a gastronomia local, mas nenhuma vezinha dá para pedir um big mac? Por que depois de adulto eu não posso tirar os sapatos no avião? (sim, sapatos, pois adultos não usam tênis!)

Eu preciso mesmo fazer tudo aquilo antes de beber o vinho? Eu sei que eu não vou recusar a garrafa...não posso só arrancar a rolha logo? Chega de protocolos! Quando eu for numa sorveteria, eu não posso mais colocar um monte de cobertura como eu fazia antes?

Óbvio que vai chegar uma hora na tua vida que tu só vais querer carros com direção hidráulica e ar condicionado, afinal, tu tá ficando velho, trabalha muito e tu podes te dar o luxo... Talvez tu não tenhas mais pique para festas, noites, baladas (ou sei lá como tu chamas esse tipo de confraternização social), nem de ficar dizendo “uhuulll” toda hora, mas por favor, entenda que você pode ficar adulto sem ser chato, pode ser sério sem ser um mala, que você até pode franzir a testa, mas que sorrisos não acabam depois que tu começa a se vestir do jeito que teu pai se vestia quando ele te deixava na frente da escola...

Seja adulto, seja responsável, seja competente, mas não seja chato, e, por favor, deixe sua casquinha de sorvete bem colorida da próxima vez!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Não chegar. Ir.

A vida não é feita de contínuos, ela ocorre em ciclos, as coisas têm prazo de validade, elas começam e terminam.... E como saber se o agora é a melhor fase de nossas vidas? Não sabemos. Na verdade não existe uma “melhor” fase na vida, existe aquela onde tu aproveitas mais, não de maneira leviana, mas sim quando tu vives de maneira intensa, levemente hedônica, mas também responsável, quando tu fazes as coisas que te deixam felizes. E observe que eu não estou dizendo que a melhor fase da vida é aquela que tu faz o que quer, mas sim, que fazes o que te deixa feliz, pois acredite, fazer o que quer e o que te deixa feliz são coisas bem diferentes.... O grande problema da vida adulta é que passamos a nos preocupar com coisas demais, muito com os outros, com as aparências, com um moralismo hipócrita. Abrimos mão daquilo que nos fazem felizes, seja por medo, por se acomodar, ou por qualquer outra razão. Às vezes abdicamos de nossa felicidade com medo de magoar os outros, mas isso não tá certo. Não basta não fazer as outras pessoas tristes, devemos fazê-las felizes.....

...e é disso que eu quero falar, em ser feliz... e para tanto, você tem que perceber que “O mais importante na vida não é chegar, é ir”...muitas vezes ficamos muito tempo das nossas vidas traçando metas, planejando, pensando onde queremos chegar...e esquecemos de partir, de ir....é válido planejar, afinal, não podemos ser inconseqüentes, mas o importante é ir, pois na viagem, no meio do caminho se vai vivenciando o mundo, ganhando bagagem cultural, experiência de vida...a pessoa cresce intelectualmente, e certamente suas idéias mudam, suas vontades, seus anseios mudam. E o “aonde” você quer chegar é apenas um detalhe. Afinal a existência precede a essência, tu só vais construir tua identidade depois que viveres, depois de experimentares a vida...Mas só com o “ir” isso é possível, se vc ficar no plano teórico, não chegará a lugar nenhum, pois talvez tenha medo de partir...e daí, quando te deres conta, a vida já passou e verás que foram poucos os momentos de frio na barriga e pernas bambas que tu experimentaste....e daí, pode ser tarde demais...Então eu digo, parta, mesmo que vc não sabia muito bem aonde quer chegar, às vezes o importante não é saber aonde se quer chegar, mas saber aonde vc não quer ficar.... durante a caminhada, as coisas vão se ajeitando, vc vai traçando seu próprio percurso e nota que não existe um ponto de chegada final, um fim da linha, apenas uma próxima parada....vá, vá de pequenas em pequenas paradas... Não deixe que suas escolhas de anos, décadas atrás, lhe travem seu futuro, lhe engessem, pois vc cresceu, vc mudou, e talvez, o que vc achava que era o que vc queria no passado, não lhe serve mais no presente, ou para o futuro....escolhas nunca são para sempre, elas não são atemporais...A vida é assim, ela é feita de ciclos, uns se acabam, outros começam, aceite isso, pois só assim vc vai ser feliz e no fim é isso que importa...não tenha uma vida monocromática.... não se preocupe em chegar, se preocupe em ir, e nesta ida, vá vivendo cada momento intensamente, e verás que o importante nunca é a chegada, mas sim a jornada.....afinal, o que realmente interessa nessa vida é ser feliz e a felicidade não é uma estação de chegada, mas sim, um modo de viajar.....

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Levar para a praia

Somos saudosistas por natureza. Temos dificuldades em aceitar que algumas coisas não nos são mais úteis, não nos agradam mais, que saíram de moda. Como não conseguimos “passar adiante” usamos a clássica: “Vou levar para praia”, como solução!

Se a geladeira não está mais gelando, compramos uma nova e mandamos a velha para a praia, afinal, lá podemos beber uma bebida quente, pois nem faz muito calor no período que mais utilizamos a casa da praia! Se o colchão não dá mais, de tão velho que ele está já afundou no formato do teu corpo, compramos um king size novinho com tecnologia da NASA e despachamos o velho para o litoral. Qual o problema de dormir mal acomodado? Afinal: “Praia é praia!”. Só que às vezes nos apegamos tanto a algumas coisas que não conseguimos nos “livrar” delas rapidamente, Elas podem estar obsoletas, não nos servirem mais, mas acabamos nutrindo um certo sentimento de carinho por elas, afinal, elas nos acompanharam por muito tempo na vida, então, tentamos diminuir gradualmente seu nível de importância. Vamos postergando. Nos afastamos em doses homeopáticas, primeiro fazendo elas irem para praia, longe do nosso olhar diário. Assim, elas vão caindo no esquecimento, até que definitivamente perdem a sua importância.

Talvez seja por isso que guardamos tanta tralha conosco... Seja um pedaço de papel, um ingresso de show, um ticket de embarque... Acho que as pessoas tem medo de esquecer. De esquecer o que viveram, os bons momentos que já passaram na vida... Às vezes nos preocupamos muito mais em não esquecer o que vivemos de bom no passado ao invés de tentarmos viver coisas boas no presente. Mas a verdade é que as boas lembranças elas ficam no coração e que bons momentos do passado eles ficam lá, no passado. Eles são difíceis de serem revividos da mesma maneira, na mesma intensidade, no presente, pois não somos mais os mesmos de anos atrás, o mundo não é mais o mesmo de anos atrás.... Certamente na tua vida, você ainda terá muitos outros momentos inesquecíveis, que não serão melhores nem piores que os que já experimentaste, eles serão diferentes, eles podem ser hedônicos, alegres, e talvez te dêem motivos para querer guardar outros pedaços de papéis, outros ingressos de shows, outros cartões de embarque.... mas para isso acontecer, você tem que dar chance...

sexta-feira, 18 de março de 2011

No escurinho do cinema

Independente de você ser tímido ou não, entrar numa sala de cinema é uma sensação muito desconfortável... Não pela meia-luz ou pela trilha sonora de consultório dentário num volume moderado, mas sim pela impressão de que todos te observam enquanto tu escolhes um lugar... É quase aquela sensação de ter ido à escola apenas com roupa íntima (ou vais dizer que nunca acordaste em pânico, no meio da noite, com um sonho desses?)...

Aqueles cinemas nos quais a entrada é próxima à tela são os piores... Tu entras e sabe que todas aquelas fileiras lomba acima te esperam... Por ti, sentavas já na primeira fila e ficava por lá, quietinho, esperando o filme começar, mas sabes que a visão e a posterior dor no pescoço são horríveis... Você está lá, vulnerável aos olhares, tento que subir as escadas... E as pessoas sentadas, no escuro, na espreita, de tocaia, te observando... Para piorar, além de pisar, degrau a degrau, num local com pouca iluminação, deves te concentrar em segurar a pipoca e o refrigerante e ainda olhar para cima para encontrar uma poltrona vaga num lugar no meio da sala...pode ser perseguição, talvez beire uma teoria conspiratória ou uma pitada de insanidade, mas parece que as pessoas estão lá, todas, torcendo para que tu tropece e aquela pipoca voe para todos os lados... Ademais, este comportamento é contagioso, basta tu estar bem acomodado, colocar o celular no silencioso, que tu começas a olhar para todos que entram na sala também... Agora, por quê? Por que ficamos olhando todo mundo que chega ao cinema??

Penso que a pessoa que inventou a numeração de lugares no cinema, a fez motivada justamente por este tipo de fobia... Só que isso é muito pior, pois você tem que encontrar, no escuro, justamente AQUELE lugar, e não um outro qualquer que talvez te agrade mais, onde tu poderias sentar e murchar na poltrona e; ainda com a respiração ofegante, experimentaria àquela sensação de alívio. Durante o trailer tu terias tempo para te recompor e degustaria a pipoca durante todo o filme, pois estaria tranquilo por encontrar um lugar a salvo rapidamente. Mas não!! Por causa desta infeliz ideia de lugar marcado você continua subindo, degrau a degrau, no escurinho,em busca do maldito assento L27. Se fosse só isso, mas o ônus do lugar marcado é muito maior. Ele tirou todo o glamour de chegar cedo e esperar na fila. Aquela tensão se tu vais ou não encontrar um lugar bom, se vai ou não ter dois lugares lado-a-lado foi pelos ares... Sem contar que escolher uma poltrona olhando para uma tela de computador não se compara à destreza necessária para avaliar, in loco, a distância tela-lugar vago e poder ponderar se o lugar te permitirá um bom desfrute da película cinematográfica...

Enfim, já acabaram com os cinemas de bairro, estão acabando com as poltronas desnumeráveis, só espero que não terminem com as pipocas com manteiga e com as entradas pela parte superior do cinema, porque aquela subidinha no escuro, mata....

terça-feira, 30 de novembro de 2010

FotoTalentos´11


O FotoTalentos é um concurso de fotografia promovido pela Fundação Santander e a rede Universia. Pode participar qualquer pessoa que tenha vínculo com uma universidade associada à Universia, seja professor, aluno, funcionário... São quatro categorias: pessoas, denúncia, cultura e paisagem.
Este ano resolvi participar, as fotos estão abaixo, quem quiser dar uma votadinha para ajudar... os votos podem ser diários...
Valeu, bons clicks a todos.....

Pink
Nonno
Budapeste
Auschwitz: Estupidez Humana
Firenze

O Muro passava por aqui....

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Jornalismo Travessia

Desde o dia 9 de setembro está no ar o site nonada. Voltado ao verdadeiro jornalismo cultural, possui editorias clássicas e inova ao ver games e comics como expressão artística, além de ter uma editoria de economia da cultura que acompanha as políticas públicas nesta área.
O site está repleto de notícias, reportagens, entrevistas e abre espaço para produções artísticas e opiniões. Com matérias bem elaboradas, o nonada não tangencia os assuntos tratados, e sim analisa-os com profundidade, além de buscar não apenas o informar, mas também o refletir.
Fui convidado a escrever para a edição de estreia do jornal e com muita honra dissertei sobre Física e quadrinhos que tá lá na editoria de comics.
O trabalho dos caras é promissor e o site está muito bacana (e eclético). Sucesso e uma longa travessia ao Nonada!