
Acredito que a magia do kitkat esteja em ele não estar disponível! Você não pode comprá-lo a hora que bem entender. Não vão te oferecer um kitkat de troco numa loja de conveniência, tão pouco na bomboniere do cinema...Por conta disso, por não estar disponível no nosso cotidiano, quando as pessoas viajam, elas se esbaldam nos kitkats, talvez elas nem gostem tanto dele (afinal, é uma bolacha wafer coberta com chocolate), mas elas tem ao seu alcance algo que não faz parte do seu dia-a-dia...e às vezes, valorizamos as coisas somente depois que elas se tornam indisponíveis...
Vou dar o meu exemplo, vou falar do meu kitkat...mas antes tenho que falar do meu chocolate preferido, que é o sonho de valsa, sem dúvida alguma...Como este bombom em camadas, lentamente, é muito bom... Anos atrás, em uma viagem à fronteira, meu pai me trouxe um creme. Quando fui prová-lo, descobri tratar-se do recheio do sonho de valsa! Fui à loucura, vibrei sozinho, e evidentemente, degustei o pote num piscar de olhos. Este sacrilégio guloseimico chama-se crema de bon o bon e, evidentemente, não é fabricado no Brasil. Desde então, sempre que visito os países platinos, procuro-o nos supermercados, e trago vários para casa, pois eles são dignos de dividirem espaço com as minhas camisetas... Só que analisando matematicamente, me dei conta que nos últimos anos, devo ter comido, em quantidade, muito mais o crema de bon o bon do que o sonho de valsa original. E isso não se deu porque eu viajo muito para Buenos Aires e sim, porque o sonho de valsa está sempre disponível, e o crema não. Isso faz com que um dos meus motivos numa viagem, seja o de encontrar um supermercado que venda-o, ao passo que o sonho de valsa, está sempre aí, e refletindo, vejo que ultimamente só tenho comido sonho de valsa quando as sobremesas dos locais que almoço não estão atrativas. E isso é um absurdo, só como meu chocolate preferido quando o pudim de leite do restaurante não é o bicho! Enfim, o fato do bombom estar disponível, por poder tê-lo a hora que desejar, faz com que eu acabe não tendo-o nunca e isso é uma heresia muito irônica... Agora eu sei, que se o sonho de valsa fosse extinto do varejo, eu iria enlouquecer, e me arrepender por não ter comido mais sonhos de valsa na minha vida, e acabo concluindo que muitas vezes queremos demais uma coisa depois que ela se torna indisponível, e daí, pode ser tarde demais....Então, eu vou postar este texto e ir correndo no boteco aqui do lado de casa comprar um sonho de valsa. Vou comê-lo em camadas, bem devagar, pois talvez, nem tudo na vida fique disponível para sempre, e se um dia não existir mais sonhos de valsa nas bombonierers dos cinemas, ficarei mais aliviado de tê-lo degustado não apenas quando sagu era a sobremesa do almoço...
o "meu" kitkat, muito melhor que bolacha wafer coberta com chocolate....


Eu fui num movimento meio inverso no tempo em que tava por londres. comia snickers aos montes, só porque não tinha charge ao meu alcance :P
ResponderExcluirdos bombons, não resisto ao ouro branco. tanto que, há mais de semana, tô tendo de lidar com uma alergia que me "empoleirou" os olhos por ter comido uns vencidos (sabendo que estavam vencidos). veja o nível de dependência da pessoa!