sexta-feira, 30 de julho de 2010

Comics

Todo guri deve ter seu super-herói preferido. O meu, indiscutivelmente, é o homem-aranha. (Sim, o piá da foto é este que vos escreve. Mesmo no inverno, usava a fantasia por cima de milhões de roupas (acho que dá para notar) e realmente pensava que o fato de saltar do muro de casa e sair rolando no gramado do jardim evidenciava um super-poder!). Ganhei meu primeiro gibi em 86, tratava-se de um clássico, a primeira vez que as duas maiores editoras de quadrinhos apresentavam uma história em conjunto, o duelo entre o homem-aranha e o super-homem (claro que minha mãe comprou sem saber disso, mas enfim, isso é só um detalhe...). Sempre preferi os heróis da Marvel, pois eles operam em New York e não em cidades fictícias como Gotham City e Metropólis. Mesmo o universo dos super-heróis ser uma fantasia, são muitas as vezes que ele cruza com a vida real. Capitão América, Batman e o super-homem foram a segunda guerra mundial. O governo americano enviava gibis aos soldados que estavam no front. As histórias mostravam os heróis lutando contra Hitler & cia; era uma maneira de motivá-los.
Além disso, os comics sempre estiveram ligados ao contexto mundial da época. Heróis criados depois da segunda guerra (e do uso da bomba atômica) adquiriram seus poderes sendo expostos à radiação nuclear (caso do homem-aranha e do Hulk). Os X-men são uma releitura da questão racial americana. Enquanto Luther King acreditava numa convivência pacífica entre negros e brancos, Malcolm X pregava a separação das raças. Tratando-se dos mutantes, o professor Xavier se aproxima dos ideais de King, enquanto Magneto segue uma linha mais malcolmnista.
Em uma outra história, a Terra é desafiada para uma luta de boxe interplanetária. Para eleger o representante terráqueo, é protagonizado um confronto entre o super-homem e Muhammad Ali. A capa deste gibi é muito legal, pois mostra mais de uma centena de "personalidades" na plateia. A cultuada saga "entre a foice e o martelo" retrata uma realidade paralela em que, no auge da guerra fria, a nave que traz o super-homem aterrissa em solo soviético. Como consequencia, temos um super-homem comunista (porém bonzinho) e apenas os Estados Unidos insiste no capitalismo, ao passo que o socialismo opera no resto do mundo.
A relação mais recente (e marcante) entre os quadrinhos e a realidade diz respeito ao atentado de 11 de setembro. Uma história do homem-aranha mostra vários hérois ajudando policiais, bombeiros e médicos no resgate às vítimas do World Trade Center. Além disso, o primeiro filme do cabeça de teia para os cinemas seria lançado em 2002. Num dos trailers ele teava sua teia entre as duas torres. Após a atentado, as cenas que envolviam o WTC foram retiradas, mas como homenagem, pode-se encontrar imagens "escondidas" das torres ao longo do filme e no próprio poster.
E no ano passado, a Marvel lançou um gibi que mostra o encontro entre o Homem-aranha e o presidente Obama.
Enfim, eles podem usar a cueca por cima das calças, terem poderes que desafiam a ciência, e mesmo que vivam num universo paralelo, periodicamente existem intersecções com o nosso mundo.

Heróis vão à guerra (ou os verdadeiros já estavam lá?)

Batman, Pelé e os Jackson Five estão entre os espectadores


Entre a foice e o martelo: O companheiro Super-homem
A Edição do WTC: capa preta e um homem-aranha desolado


O Poster do filme. As torres são vistas na lente da máscara...

O Trailer....


Obama



Um comentário:

  1. gostei muito dessa postagem... uma graça vestido de homem aranha

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