terça-feira, 30 de novembro de 2010

FotoTalentos´11


O FotoTalentos é um concurso de fotografia promovido pela Fundação Santander e a rede Universia. Pode participar qualquer pessoa que tenha vínculo com uma universidade associada à Universia, seja professor, aluno, funcionário... São quatro categorias: pessoas, denúncia, cultura e paisagem.
Este ano resolvi participar, as fotos estão abaixo, quem quiser dar uma votadinha para ajudar... os votos podem ser diários...
Valeu, bons clicks a todos.....

Pink
Nonno
Budapeste
Auschwitz: Estupidez Humana
Firenze

O Muro passava por aqui....

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Jornalismo Travessia

Desde o dia 9 de setembro está no ar o site nonada. Voltado ao verdadeiro jornalismo cultural, possui editorias clássicas e inova ao ver games e comics como expressão artística, além de ter uma editoria de economia da cultura que acompanha as políticas públicas nesta área.
O site está repleto de notícias, reportagens, entrevistas e abre espaço para produções artísticas e opiniões. Com matérias bem elaboradas, o nonada não tangencia os assuntos tratados, e sim analisa-os com profundidade, além de buscar não apenas o informar, mas também o refletir.
Fui convidado a escrever para a edição de estreia do jornal e com muita honra dissertei sobre Física e quadrinhos que tá lá na editoria de comics.
O trabalho dos caras é promissor e o site está muito bacana (e eclético). Sucesso e uma longa travessia ao Nonada!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sobre KitKats e sonhos de valsa

O sucesso do kitkat é algo que realmente me deixa perplexo. Todo mundo ama kitkat, e se você for analisar, trata-se apenas de uma bolacha wafer coberta com chocolate (claro que existem infinitas variações, mas tô falando do clássico!). O fenômeno kitkat é, declaradamente, algo instigante. No Brasil, a situação é um pouco pior. Por ele não ser fabricado aqui, vejo milhares de pessoas, ao voltarem de viagem, pagarem excesso de bagagem por conta de empanzinarem suas malas com kitkat! Teorizo que isso é um código, uma forma de dizer que andou viajando para fora do Brasil. Para não te acharem metido ao falar que esteve na europa no último verão, talvez seja mais simpático dizer algo do tipo: "Bah, nem sabe, comi um kitkat fevereiro passado, como é bom...". O fato é que nunca trouxe um kitkat de viagem (e nem pretendo), pois para mim, ele segue sendo uma bolacha wafer coberta com chocolate (tá, admito que comi um de caramelo que era tri bom, mas enfim, ele está longe de ser o melhor chocolate do mundo e não merece dividir espaço com as minhas camisetas, na minha mala.)
Acredito que a magia do kitkat esteja em ele não estar disponível! Você não pode comprá-lo a hora que bem entender. Não vão te oferecer um kitkat de troco numa loja de conveniência, tão pouco na bomboniere do cinema...Por conta disso, por não estar disponível no nosso cotidiano, quando as pessoas viajam, elas se esbaldam nos kitkats, talvez elas nem gostem tanto dele (afinal, é uma bolacha wafer coberta com chocolate), mas elas tem ao seu alcance algo que não faz parte do seu dia-a-dia...e às vezes, valorizamos as coisas somente depois que elas se tornam indisponíveis...
Vou dar o meu exemplo, vou falar do meu kitkat...mas antes tenho que falar do meu chocolate preferido, que é o sonho de valsa, sem dúvida alguma...Como este bombom em camadas, lentamente, é muito bom... Anos atrás, em uma viagem à fronteira, meu pai me trouxe um creme. Quando fui prová-lo, descobri tratar-se do recheio do sonho de valsa! Fui à loucura, vibrei sozinho, e evidentemente, degustei o pote num piscar de olhos. Este sacrilégio guloseimico chama-se crema de bon o bon e, evidentemente, não é fabricado no Brasil. Desde então, sempre que visito os países platinos, procuro-o nos supermercados, e trago vários para casa, pois eles são dignos de dividirem espaço com as minhas camisetas... Só que analisando matematicamente, me dei conta que nos últimos anos, devo ter comido, em quantidade, muito mais o crema de bon o bon do que o sonho de valsa original. E isso não se deu porque eu viajo muito para Buenos Aires e sim, porque o sonho de valsa está sempre disponível, e o crema não. Isso faz com que um dos meus motivos numa viagem, seja o de encontrar um supermercado que venda-o, ao passo que o sonho de valsa, está sempre aí, e refletindo, vejo que ultimamente só tenho comido sonho de valsa quando as sobremesas dos locais que almoço não estão atrativas. E isso é um absurdo, só como meu chocolate preferido quando o pudim de leite do restaurante não é o bicho! Enfim, o fato do bombom estar disponível, por poder tê-lo a hora que desejar, faz com que eu acabe não tendo-o nunca e isso é uma heresia muito irônica... Agora eu sei, que se o sonho de valsa fosse extinto do varejo, eu iria enlouquecer, e me arrepender por não ter comido mais sonhos de valsa na minha vida, e acabo concluindo que muitas vezes queremos demais uma coisa depois que ela se torna indisponível, e daí, pode ser tarde demais....Então, eu vou postar este texto e ir correndo no boteco aqui do lado de casa comprar um sonho de valsa. Vou comê-lo em camadas, bem devagar, pois talvez, nem tudo na vida fique disponível para sempre, e se um dia não existir mais sonhos de valsa nas bombonierers dos cinemas, ficarei mais aliviado de tê-lo degustado não apenas quando sagu era a sobremesa do almoço...

o "meu" kitkat, muito melhor que bolacha wafer coberta com chocolate....
o Top 1

domingo, 29 de agosto de 2010

Cotidiano: Berlim


É meio complicado pensar que até algumas décadas atrás a capital alemã era cortada por toneladas de concreto e ferro, uma vez que não se nota nenhum tipo de divisão entre o pessoal de lá. Pelo contrário, o povo vive em harmonia total, como se o muro nunca tivesse existido. Além disso, aquela imagem de hostilidade e frieza que eu imaginava dos alemães, não se concretizou nos dias que passei por lá... Porém, basta você caminhar um pouco pelas ruas, sem se preocupar em cumprir todos os pontos turísticos que seu guia de viagem indica que os resquícios da cortina de ferro vão aparecendo... e você não precisa estar perambulando pela East Side Gallery para isso acontecer. Ao dobrar uma esquina ou atravessar uma avenida, você pode deparar-se com um vestígio da guerra fria.
Após a queda do muro, as coisas do lado oriental foram renegadas. Porém, passados vinte anos, o que se vê é um resgate desta cultura... Sejam nos apetrechos soviéticos vendidos pelos ambulantes ou nas lojinhas espalhadas ao longo da Unter den Linden que te oferecem "pedaços" do muro como souvenir. Tem o DDR Museum que retrata toda a cultura oriental. Lá você encontra revistas, carros, programas de TV e até uma réplica de uma típica casa alemã. Trata-se de um museu pequeno, mas imperdível, pois recria todo o cotidiano que ficava do outro lado do muro (sem contar que a lojinha do museu é bem legal...). A região de Prenzlauer Berg tem barzinhos descolados, e se você der sorte, podes até encontrar no cardápio a Roter Oktober, que era a cerveja preferida do exército vermelho (infelizmente eu não tive esta sorte, pois se tivesse cruzado com ela, traria a garrafa para casa com toda certeza, pois o rótulo é muito bacana). Tem a Ampelmann, uma lojinha com utensílios alusivos ao "homem da sinaleira" que se tornou ícone deste resgate à cultura oriental... Enfim, o dia-a-dia mostra uma Berlim unificada de verdade, e que não tenta apagar o seu passado, pelo contrário, tem feito disso, um atrativo turístico, o que é uma ironia, pois se faz do socialismo, capitalismo...
O muro passava por aqui...
Deixe seu chiclé aqui...
East Side Gallery...
...e um pedaço não "tão bem cuidado"...Ironia: Fazendo capitalismo em cima do socialismo...Herança russa...Pelas ruas, praças, metrôs...tem uns que se sentem tão à vontade que vão trabalhar de pantufa...

sábado, 21 de agosto de 2010

Segue tua senda de vitórias

Tendo um pai gremista e uma mãe colorada, sempre me questionaram como que acabei torcendo pelo time do Beira-Rio... Um dos meus avôs era colorado, o outro, nunca disse para que time torcia, se declarava melancia (admito que nunca entendi mto o porquê desta gíria, mas enfim, pensando bem, acho que nenhuma gíria tem muito sentido...) apesar de me recordar de uma fria noite de inverno em que assistimos juntos inter e flamengo pela TV... Tento lembrar da minha infância e não sei mto bem em que momento escolhi pelo time do povo... Quando joguei na escolhinha do inter, já era colorado (tá isso foi aos 8 anos, e durou só um ano, pois, definitivamente, não me dou bem com a bola. A grande lembrança desta época foi o fato de ter entrado em campo no intervalo de inter e santos...foram 15 minutos jogando no gramado do beira-rio, foi a glória, mesmo tratando-se de 40 pirralhos correndo atrás de uma bola...).
Acho que a única (ou última) tentativa do meu pai foi me levar num grêmio e portuguesa, mas já era tarde, o sangue que corria pelas minhas veias já era mais vermelho que o habitual... Meu coroa se conformou e me levava ao estádio para ver os jogos do colorado... Na adolescência já ia com amigos ao campo. Íamos e voltávamos em ônibus lotados, cantando musiquinhas para o motorista e o cobrador.... Quando tu és adolescente, tu encaras de tudo, até um inter e fluminense eu assisti na coréia...um amigo estava sem grana e o ingresso para ver apenas as pernas dos jogadores e gritar gol somente depois que todo estádio gritava, custava apenas 1 real...
Não sei se existe um motivo para ser colorado... talvez existam vários... ele é o time do povo, sua torcida é apaixonante. O único clube a ser campeão brasileiro invicto. O Falcão jogou por aqui... Teve o gre-nal do século, os 5 x 2 com o fabiano, que depois incorporou o sobrenome de cachaça... Já ganhamos do Boca, do Estudiantes e de qualquer outro argentino que se meta no nosso caminho...sempre tivemos a soberania regional, fomos campeões da libertadores, do mundial (em cima do Barcelona de Ronaldinho e cia), da recopa, da sul-americana. Agora, da libertadores de novo, enfim, um clube que é mortal, e mesmo assim é campeão de tudo e mais um pouco...um clube que cada vez mais faz jus ao nome...
Um time que emociona, que traz muito mais alegrias que decepções, talvez não se trate mais de um clube, talvez não seja uma paixão, acho que o colorado é uma religião.... Sua camisa é linda (não parece um bananas de pijamas), aliás, deixou de ser uma camisa vermelha faz tempo, hoje em dia, é um manto sagrado... Colorado é emoção, trago, amor e paixão...
Sempre jogamos a primeira divisão! Qual outro clube tem a melhor versão para uma música dos mamonas assassinas? Colorados são apaixonados por este clube! O Beira-rio é nossa segunda casa, ser do lado vermelho, é motivo de orgulho, pintar a américa de vermelho, o mundo de vermelho, é uma experiência inesquecível....
Enfim, não existe um motivo para ser colorado, existem infinitos, mas se você for pensar bem, para que ter motivos para optar por esse time? você não precisa de motivos, afinal, esta é a escolha óbvia para quem tem sã consciência...
Obrigado Inter, por mais este título!

domingo, 15 de agosto de 2010

Quem tem boca vai à Roma

A generalização parece estar intrínseca à personalidade humana...A etnia é um bom exemplo disso. Nos Estados Unidos, qualquer latino é tachado de mexicano, independente dele ser peruano, argentino, paramenho, cubano...Os negros são todos da África (tá bom, e do Brasil!). Isso é tão verdade que tem gente que acha que a Jamaica fica por lá!
Todo mulçumano carrega uma bomba e os orientais são todos japas, mesmo que tenham nascido na Coréia ou no Tibet... Ainda que toda grande metrópole tenha seu bairro chinês, seus frequentadores vieram, obrigatoriamente, da terra do Spectroman.
Paulistas são metidos, franceses são metidos, nova-iorquinos são metidos..argentinos, bom, são argentinos... Cariocas são malandros e na Bahia tem carnaval o ano todo, aliás, qualquer cara com menos de 1,60, cabeça chata e sorridente é nordestino e recebe o apelido de baiano, venha ele do Recife, de Natal ou até mesmo de Curitiba...
Professores de História são comunistas e PTistas, os de física são uns nerds sem vida social; nem no supermercado eles vão....
Médicos são arrogantes e advogados, quando morrerem, vão todos para o inferno... Todo político é corrupto e todo jogador de futebol não sabe conjugar os verbos corretamente (se bem que alguns não devem nem saber o que é um verbo, mas enfim...)
As gaúchas são as mais lindas (em tempo: isso não é uma generalização, e sim, uma constatação..) e os homens, bom, são todos iguais....
Se as generalizações estiverem corretas, a preocupação ao se ouvir um latido é desnecessária, pois, todo cão que ladra não morde e fique tranquilo, que se você tem boca, um dia chegará à Roma...

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A coca-cola nossa de cada dia

Sou de uma época que as propagandas de refrigerante eram boas e que ver os caminhões da coca iluminados no natal era algo mágico. A coca-cola, um ícone da juventude de décadas atrás, está banalizada. Hoje em dia, se bebe muito refrigerante. Mesmo com a discrepância de preços (afinal, uma lata de refri no shopping vale o mesmo que uma garrafa de 2 litros no supermercado), se bebe em demasia. Deve existir uma geração (seja ela a x, y ou z) que a única água que ingere é a do gelo derretido do copo de refrigerante.
Na minha infância as garrafas eram de vidro, todas de 1 litro. E este um litro, num almoço em família, sobrava, pois se bebia com parcimônia. Tanto é verdade que alguns mitos existiam. O mais fantástico deles (e sem nenhum embasamento científico) tratava-se de guardar a garrafa com uma colher enfiada no seu gargalo, sob a prerrogativa que desta forma o refri não perdia o gás! Buscar uma garrafa de refrigerante no armazém da esquina era um acontecimento que superava em muito o ato de ir no boteco para comprar um pão de quarto (ou um pão de meio), de tal forma que ele era carregado com todo cuidado, afinal a garrafa era de vidro. Por falar em pão, lembro-me de sempre querer o canto dele, pois se passava chimia (chimia sim, porque chamar chimia de geléia é coisa de burguês) de morango no meio e ela ficava como recheio...humm, adorava.. Mas isso também se perdeu, pois o cacetinho de hoje nada mais é do que o bico do pão de quarto! Hoje em dia, ninguém mais como pão francês em fatia...
Lembro-me também que quando ia-se ao supermercado o primeiro procedimento era entregar as garrafas vazias (chamadas carinhosamente de cascos) no setor de vasilhame. O funcionário lhe entregava um cupom com o número de garrafas recebidas. Ao passar no caixa, este número era conferido, uma vez que o refrigerante sem casco, custava mais caro.
O refrigerante era tão precioso que em festas infantis existia um item exclusivo para decorar a garrafa. Ela ficava lá, em cima da mesa com o seu apetrecho enfiado (e muitas vezes ela permanecia a festa toda na mesa, nem era degustada, servia tão somente como enfeite, principalmente se fosse garrafinha de 290 ml).
O advento da tampa em rosca foi um acontecimento marcante lá em casa. Nenhum aviso alertava da mudança do lacre e a primeira garrafa que chegou com aquela tampa esdrúxula foi motivo de reunião familiar. O abridor de garrafas não funcionara. Tentou-se um saca-rolhas, mas não se teve sucesso. A tampa foi depenada com o uso de uma faca. Apesar de todos os questionamentos, o refri foi degustado em uma temperatura deliciosa. Bastou chegar a noite e uma propaganda no intervalo do jornal nacional mostrava a novidade! O silêncio da família na frente da TV atestava os momentos de ignorância da hora do almoço....
Hoje em dia as propagandas estão sem graça, existem garrafas dos mais diversos volumes. Você não precisa entregar os cascos (muito menos guardar com todo cuidado a notinha do setor de vasilhame). Basta rosquear a tampa para abrir a garrafa, e as colheres perderam a função de conter o gás do refri. Se tem alguma coisa que ficou daquela época é o infindável questionamento do garçom no restaurante: "-Não temos coca, pode ser pepsi?"
Qualquer pessoa em sã consciência sabe que elas não são sinônimos, pois coca-cola é tudo aquilo que a pepsi gostaria de ser......
...apesar das propagandas da pepsi serem geralmente melhores que as das coca


sexta-feira, 30 de julho de 2010

Comics

Todo guri deve ter seu super-herói preferido. O meu, indiscutivelmente, é o homem-aranha. (Sim, o piá da foto é este que vos escreve. Mesmo no inverno, usava a fantasia por cima de milhões de roupas (acho que dá para notar) e realmente pensava que o fato de saltar do muro de casa e sair rolando no gramado do jardim evidenciava um super-poder!). Ganhei meu primeiro gibi em 86, tratava-se de um clássico, a primeira vez que as duas maiores editoras de quadrinhos apresentavam uma história em conjunto, o duelo entre o homem-aranha e o super-homem (claro que minha mãe comprou sem saber disso, mas enfim, isso é só um detalhe...). Sempre preferi os heróis da Marvel, pois eles operam em New York e não em cidades fictícias como Gotham City e Metropólis. Mesmo o universo dos super-heróis ser uma fantasia, são muitas as vezes que ele cruza com a vida real. Capitão América, Batman e o super-homem foram a segunda guerra mundial. O governo americano enviava gibis aos soldados que estavam no front. As histórias mostravam os heróis lutando contra Hitler & cia; era uma maneira de motivá-los.
Além disso, os comics sempre estiveram ligados ao contexto mundial da época. Heróis criados depois da segunda guerra (e do uso da bomba atômica) adquiriram seus poderes sendo expostos à radiação nuclear (caso do homem-aranha e do Hulk). Os X-men são uma releitura da questão racial americana. Enquanto Luther King acreditava numa convivência pacífica entre negros e brancos, Malcolm X pregava a separação das raças. Tratando-se dos mutantes, o professor Xavier se aproxima dos ideais de King, enquanto Magneto segue uma linha mais malcolmnista.
Em uma outra história, a Terra é desafiada para uma luta de boxe interplanetária. Para eleger o representante terráqueo, é protagonizado um confronto entre o super-homem e Muhammad Ali. A capa deste gibi é muito legal, pois mostra mais de uma centena de "personalidades" na plateia. A cultuada saga "entre a foice e o martelo" retrata uma realidade paralela em que, no auge da guerra fria, a nave que traz o super-homem aterrissa em solo soviético. Como consequencia, temos um super-homem comunista (porém bonzinho) e apenas os Estados Unidos insiste no capitalismo, ao passo que o socialismo opera no resto do mundo.
A relação mais recente (e marcante) entre os quadrinhos e a realidade diz respeito ao atentado de 11 de setembro. Uma história do homem-aranha mostra vários hérois ajudando policiais, bombeiros e médicos no resgate às vítimas do World Trade Center. Além disso, o primeiro filme do cabeça de teia para os cinemas seria lançado em 2002. Num dos trailers ele teava sua teia entre as duas torres. Após a atentado, as cenas que envolviam o WTC foram retiradas, mas como homenagem, pode-se encontrar imagens "escondidas" das torres ao longo do filme e no próprio poster.
E no ano passado, a Marvel lançou um gibi que mostra o encontro entre o Homem-aranha e o presidente Obama.
Enfim, eles podem usar a cueca por cima das calças, terem poderes que desafiam a ciência, e mesmo que vivam num universo paralelo, periodicamente existem intersecções com o nosso mundo.

Heróis vão à guerra (ou os verdadeiros já estavam lá?)

Batman, Pelé e os Jackson Five estão entre os espectadores


Entre a foice e o martelo: O companheiro Super-homem
A Edição do WTC: capa preta e um homem-aranha desolado


O Poster do filme. As torres são vistas na lente da máscara...

O Trailer....


Obama



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Profissão: Picareta

Apesar de definirmos como picareta qualquer profissional falcatrua, na capital gaúcha, pelo menos, o sujeito que trabalha no comércio de veículos usados é conhecido desta forma: Picareta!Basta andar um pouquinho pelas avenidas Ipiranga ou Assis Brasil para encontrar as frases clássicas:

Compro-vendo-financio. Compro seu carro, pago à vista! Baixa quilometragem! Único dono! Completo, impecável! Garantia de 3 meses no motor e na caixa!

Fico imaginando a credibilidade que este tipo de indivíduo tem com seu público. Já não bastasse o nome que é conhecido, sua vestimenta não ajuda muito: calça com frisos, camisa abotoada apenas até a metade, cinto com fivela de peão de rodeio, peito peludo à mostra, corrente dourada, pulseira dourada e óculos na cabeça. Se você tiver sorte, ele ainda estará com um palito no canto da boca. Eles tem uma lábia que quase te convencem, afinal, eles te mostram cada "barbada". A verdade é que no ramo de carros usados, não existe barbada. Se está barato, é porque é roubada!
É premissa de um bom picareta ter cães de guarda enquanto a loja está fechada, bem como escrever, com um giz branco (penso eu), o ano e o preço em letras garrafais no vidro dianteiro do carro. Esta é uma ótima estratégia, pois caso o cliente solicite um "test drive" o próprio picareta conduz o veículo, alegando que a visão fica prejudicada com o escrito no vidro...
Imagino uma roda de amigos num bar onde um deles se gaba pela sua nova aquisição: um escort XR3 ano 1988, daqueles cinza, com frisos vermelhos, tá lembrado? (admito que eu adorava este carro, mas sentia isso em 1988!). Enfim, o amigo pergunta: bah, aonde tu achaste esta raridade! O proprietário, todo orgulhoso sacode a chave e responde: Tchê, peguei de "barbada" num picareta da Assis Brasil!
Tá bom, tenho que admitir, meu primeiro carro foi de picareta... Tinha pouca grana e com umas economias da minha bolsa de iniciação científica da universidade comprei um UNO vermelho 1991, carinhosamente apelidado de edu, uma vez que sua placa era EDU 3009 (evidente que o primeiro proprietário se chamava eduardo e nascera em 30 de setembro, pelo menos foi o que eu sempre achei)! A ideia inicial de ser um dos únicos caras da faculdade a ter carro era simpática, mas agora eu vejo que o edu me trouxe outros benefícios. Todo conhecimento que eu tenho de mecânica automotiva se deve ao uninho vermelho. Ele teve infinitos problemas. O aerofólio foi mal instalado e quando chovia, gotejava no seu interior. Aprendi a trocar a lâmpada do farol com ele, sei que se vc fizer a curva e escutar um tac-tac nas rodas dianteiras é homocinética na certa. Se tu ouvires um barulho ensurdecedor vindo debaixo do carro:é a surdina! Se vc arrancar e ele apagar, o diagnóstico pode ser amplo: desde problema na lenta até o motorista que não tem competência em aliviar a embreagem e pressionar o acelerador no compasso correto...O edu se foi numa quinta-feira de sol, no último semestre da faculdade, sem deixar muita saudade, é verdade... Vendi ele para um picareta de Alvorada...evidente que o pagamento foi à vista e em dinheiro! Aliás, acho que foi a primeira vez que vi tanto dinheiro junto na minha frente (e isso que nem era tanto assim, eu que era chinelão mesmo!)
Agora, comprar um carro de picareta e ter que fazer manutenção semanal no veículo não é o pior dos problemas. Tragédia mesmo acontece com quem é filho de picareta. Primeiro porque certamente você vai crescer e assumir os "negócios" da família, ou seja, por bem ou por mal, te fardarás com camisa que deixa o peito de fora e com palito no canto da boca... E quando criança, imagina a situação: segunda série do ensino fundamental, dia dos pais e como recurso pedagógico a professora solicita que cada aluno diga a profissão de seu pai:
Mariazinha, toda orgulhosa diz que o pai é dentista.
Pedrinho enche o peito e fala que o pai é bombeiro!
Joãozinho (sempre é o Joãozinho), cabisbaixo murmura: Meu pai é picareta!
Putz, picareta, ou seja, aquele cara que enche de defeito teu carro para comprá-lo barato e depois enche de elogios o mesmo produto para vender por um preço muito maior...imagina o trauma desta pobre criança...depois não entendem porque esta juventude está perdida....

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Destarte

Quando estava escrevendo minha dissertação de mestrado sobre História da Ciência, encontrei um livro muito bom! Ele era francês e havia sido traduzido para o português. Um detalhe é que a tradução datava da década de 1960! Lendo-o, cruzei meus olhos pela primeira vez com ela: destarte... Evidentemente corri para o dicionário...Achei a palavra tão sonora e ao mesmo tempo tão bizarra. Ela parecia muito "old school", simpatizei com ela na hora, tanto que quando escrevi minha dissertação, dei um jeito de encaixá-la! Pensando um pouco sobre o assunto, me dei conta que isso é muito mais comum do que eu imaginava. Comecei a ver que muita gente faz questão de colocar palavras "descotidianiais" no meio de suas conversas, e fazem isso pelos mais diversos motivos: Seja para impressionar uma guria, para ser um diferencial numa entrevista de emprego, ou para que a plateia se encante com o vocabulário refinado do conferencista. A questão não é ter um vocabulário limitado. A minha teoria é que a maioria das pessoas possui uma dúzia de palavras diferentes guardadas e prontas para usá-las em momentos apropriados. Quando elas querem impressionar, sobressair, sei lá, quando estão com a auto-estima baixa, elas conduzem a conversa com uma maestria tamanha de maneira a encaixar perfeitamente AQUELA palavra no corpo do bate-papo e fazem de uma forma tão ardilosa que acaba soando natural....
Porque dizer que estamos tristes, quando podemos estar macambúzios ou sorumbáticos? Porque devemos confirmar uma teoria, se podemos corroborá-la? Porque uma beira de praia vai ser deserta se ela pode ser erma? Dizer que uma pessoa fala, fala, fala e não diz nada pode ser ofensivo, mas chamá-la de prolixa soa quase como um elogio...porque uma estrada seria intransitável se ela pode ser ínvia?
É claro que isso não é uma crítica, afinal, se a missão é conquistar uma garota e você não tem olhos verdes, qual o problema de tentar um adjetivo diferente? Se queres aquele almejado emprego, mas no teu curriculum não há a palavra Harvard porque não tentar um vocabulário mais refinado?
É claro que um monte de gente tem um vocabulário riquíssimo, e as palavras vão saindo ao natural. Agora, se você é desses que tem algumas palavras "bonitinhas" guardadas na manga, da próxima vez que for dizer desta forma que tal tentar destarte?

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Cotidiano: Paris

O stencil diz tudo: Paris é bem isso, metida! (By the way, este stencil daria uma ótima camiseta...)...Ser metida não é uma crítica, e sim uma constatação...Trata-se da melhor cidade do mundo para não se falar inglês, pois basta você começar com o "to be" que eles torcem o nariz, e mesmo te entendendo, fazem questão de responder em francês, seja num guichê de informações de um museu ou na recepção do hotel. É incrível!
Paris tem museus fantásticos, monumentos espetaculares...bairros simpáticos, pontes para todos os gostos...Sem falar nos parques, nas livrarias, na gastronomia, na moda...
É uma cidade que tem mania de grandeza. Tudo é grande em Paris..Ela é linda, cosmopolita, estilosa, de vanguarda, charmosa, muito charmosa...Um local que parece cuidar dos mínimos detalhes, em todos os sentidos...enfim, um ótimo cenário para clicar o dia-a-dia....

seja numa esquina qualquer......
...se bem que o esplendor da cidade faz cada esquina ser única...

...o dia-a-dia parece ter trilha sonora...

Tem o charme das livrarias...
....as vitrines que aguçam os sentidos...
...cada pedacinho de Paris te surpreende de uma maneira diferente....
....as pontes podem ser grandiosas....

...ou imitar outras cidades...


...e tem os franceses que, de tão metidos, não andam pela rua, desfilam...

...tá bom, nem todos desfilam....